Nelson Vieira

Nelson Vieira

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Mãe, Nossa de Cada Dia - por Nelson Vieira

MÃE,
NOSSA DE CADA DIA

           Nelson Vieira


         


Mãe! Uma palavra pequenina, que exprime uma força descomunal, pertinente às
mulheres, possuidoras da dádiva de procriar seres semelhantes. No entanto,
há aquelas que não podem ser Mães, é o caso de que toda regra há exceção.
Entretanto, mesmo nas limitações temos as Mães adotivas, essas mulheres fora
de série pela tomada de posição sublime, ao aceitar criar, educar e preparar
ser (es) humano(s), em família, em condição de igualdade, como
consangüíneos, num desprendimento insigne, de coragem. Poucas são as pessoas
que possuem o perfil, de adotar e se doar em favor de outrem, no mundo.
Agora, ao retroagir no tempo e feita uma análise instantânea, dá para
dimensionar o quanto fomos danados e cometemos travessuras para mais de
metro, e, lá estava a Mãe para nos colocar no caminho certo. Sim, por várias
vezes a deixamos de cabelo em pé, e ficávamos com medo do pai tomar
conhecimento de imediato das ocorrências. Era necessário se auto preparar
para absorver as conseqüências.  Xi, se ele soubesse de pronto, aí de nós,
um castigo, uma surra, com certeza acontecia. A Mãe, nunca, nada escondeu e
tudo ela contava para o pai. E até foi muito bom, graças a Deus, os
corretivos foram ministrados no momento certo.
Nem por isso a gente deixou de traquinar. Ninguém era e é santo. Aprontamos,
e muito. E até para isso tinha que ter criatividade. Havia em contrapartida,
respeito a tudo e a todos e também tínhamos obrigações, não havia mordomias.
E ai daquele que descumprisse suas tarefas. Não havia o ECA - Estatuto da
Criança e do Adolescente e nem os Conselhos Tutelares. Ninguém morreu,
sobrevivemos às reprimendas, nos tornando cidadãos. Sempre houve o pulso
firme da Mãe, coadjuvada pelo pai, uma parceria que deu certo.
E, nas recordações daqueles idos tempos, uma vez lemos num livro que amor de
mãe não tem definição é imensurável, uma verdade. O que uma Mãe pode
realizar e no cotidiano executa com precisão, não está no gibi, como
dizíamos nos tempos de guri. Prova esta que; lembram-se daquele momento
épico da decisão do rei Salomão, quando a Mãe preferiu que o filho fosse
entregue a outra mulher, do que vê-lo dividido (morto). Atitudes para manter
a vida dos filhos a qualquer custo, seguidamente acontecem. Como aquele que
foi registrado por uma equipe de reportagem de uma emissora de televisão,
dias próximos passados: uma Mãe jogou-se num poço a céu aberto para salvar o
filho (criança), sendo que ela não sabia nadar. Felizmente, ambos saíram
ilesos do incidente.
A globalização chegou trazendo facilidades. E, como conseqüência são
inúmeras as novidades e não é para menos, as pessoas acabam seduzidas pela
automação. Nada contra os avanços tecnológicos, muito pelo contrário, só que
os homens têm sentimentos, algo que as máquinas não possuem. As máquinas
contribuem para o desenvolvimento, entretanto nunca irão substituir uma Mãe,
isto é, elas (as máquinas) produzem somente o que é ou está programado. Elas
auxiliam as Mães.
Ter a Mãe ao lado, junto, é extraordinário. Felizes são os que as tem. A
falta que faz uma Mãe, sua perda, gera um espaço vazio que jamais será
preenchido. É como que sofrer uma amputação e ficar aleijado. A seqüela é
permanente.
Quantas ocasiões recorremos a Mãe para obter conselhos, outras ficamos
chateados por ela tolher algumas de nossas vontades que, poderiam redundar
em prejuízos e nós "espertos", queríamos porque queríamos dar vazão às
pretensões. Com sabedoria soube conter nossos ímpetos de arrojos. Foram
tantas que, cedemos à mão à palmatória.
Um dado importante e corriqueiro, a Mãe sempre enxerga no filho feito
adulto, o menino, o moleque, o garoto, o guri e o piá, denominações postas
em prática, dependendo da região. Com direito de volta e meia, ora orientar,
ora puxar as orelhas e passar uma carraspana, mesmo com o passar dos anos,
no declínio natural acometido as pessoas.
Criaram uma data para homenagear as Mães, afinal, elas merecem. Devem ser
homenageadas todos os dias se assim for possível. Mãe é um ser
especialíssimo na nossa vida, e só se tem uma, a Mãe! Nossa de cada dia. A
que gerou ou não, mas aquela que fez e faz das tripas ao coração pelo(s)
filho(s) serem Homens com H maiúsculo, no sentido amplo da palavra.
Mãe! Exemplo de criatura, jeito de ser, uma herança, uma sucessão de bens
que devemos cultuar. Somos eternamente pequenos diante da sua grandeza de
pessoa, que no seu coração, na sua mente continuamos aquela criança grande.
 Na sua simplicidade, a Mãe molda a "escultura", dá mobilidade, proporciona
"asas" à imaginação dos filhos, para o amanhã. O quê somos hoje, em grande
parte é fruto da sua dedicação.
Às Mães que estão entre nós, nosso reconhecimento pelo que são, fazem e
fizeram motivo pelo qual rogamos ao Grande Arquiteto do Universo que é Deus,
que as ilumine, dotando-as de saúde e sabedoria no cumprimento do sacerdócio
de ser Mãe, um dom divino.
As Mães que passaram para o oriente eterno, nossa eterna gratidão.