MÃE,
NOSSA DE CADA DIA
Nelson Vieira*
Mãe! Uma palavra pequenina, que exprime uma força
descomunal, pertinente às mulheres, possuidoras da dádiva de procriar seres
semelhantes. No entanto, há aquelas que não podem ser Mães, é o caso de que toda
regra há exceção.
No
entanto, mesmo nas limitações temos as Mães adotivas, essas mulheres fora de
série pela tomada de posição sublime, ao aceitar criar, educar e preparar ser
(es) humano (s), em família, em condição de igualdade, como consanguíneos, num
desprendimento insigne, de coragem. São pessoas que possuem o perfil, de adotar
e se doar em favor de outrem, no mundo.
Agora, ao retroagir no tempo e feita uma análise
instantânea, dá para dimensionar o quanto fomos danados e cometemos travessuras
para mais de metro, e, lá estava a Mãe para nos colocar no caminho certo. Sim,
por várias vezes a deixamos de cabelos em pé, e ficávamos com medo do pai tomar
conhecimento de imediato das ocorrências. Era necessário se auto preparar para
absorver as conseqüências. Xi, se ele soubesse de pronto, aí de nós, um
castigo, uma surra, com certeza acontecia. A Mãe, nunca, nada escondeu e tudo
ela contava para o pai. E até foi muito bom, graças a Deus, os corretivos foram
ministrados no momento certo.
Nem
por isso a gente deixou de traquinar. Ninguém era e é santo. Aprontamos, e
muito. E até para isso tinha que ter criatividade. Havia em contrapartida,
respeito a tudo e a todos e também tínhamos obrigações, não havia mordomias. E
aí daquele que descumprisse suas tarefas. Não havia o ECA - Estatuto da Criança
e do Adolescente e nem os Conselhos Tutelares. Ninguém morreu, sobrevivemos às
reprimendas, nos tornando cidadãos. Sempre houve o pulso firme da Mãe,
coadjuvada pelo pai, uma parceria que deu certo.
Mãe
é mãe, por exemplo, lembram-se daquele momento épico da decisão do rei Salomão,
quando a Mãe preferiu que o filho fosse entregue a outra mulher, do que vê-lo
dividido (morto). Atitudes para manter a vida dos filhos a qualquer custo,
seguidamente acontecem. Como aquele episódio que foi registrado por uma equipe
de reportagem de uma emissora de televisão, dias próximos passados: uma Mãe
jogou-se num poço a céu aberto para salvar o filho (criança), sendo que ela não
sabia nadar. Felizmente, ambos saíram ilesos do incidente.
A
globalização chegou trazendo facilidades. E, como consequência são inúmeras as
novidades e não é para menos, as pessoas acabam seduzidas pela automação. Nada
contra os avanços tecnológicos, muito pelo contrário, só que o homem tem
sentimentos, algo que as máquinas não possuem. As máquinas contribuem para o
desenvolvimento, entretanto nunca irão substituir uma Mãe, isto é, elas (as
máquinas) produzem somente o que é ou está programado. Elas auxiliam as
Mães.
Ter
a Mãe ao lado, junto, é extraordinário. Felizes são os que as tem. A falta que
faz uma Mãe, sua perda, gera um espaço vazio que jamais será preenchido. É como
que sofrer uma amputação e ficar aleijado. A sequela é permanente.
Em
quantas ocasiões recorremos a Mãe para obter conselhos? Perdemos a conta!
Algumas vezes ficamos chateados por ela tolher algumas de nossas vontades que,
poderiam redundar em prejuízos e nós “espertos”, queríamos porque queríamos dar
vazão às pretensões. Com sabedoria soube conter nossos ímpetos de arrojos. Foram
tantos que, cedemos à mão à palmatória.
Um
dado importante e corriqueiro, a Mãe sempre enxerga no filho feito adulto, o
menino, o moleque, o garoto, o guri, o piá, denominações postas em prática,
dependendo da região, mas com carinho.
Com
direito de volta e meia, ora orientar, ora puxar as orelhas e passar uma
carraspana, mesmo com o passar dos anos, no declínio natural acometido as
pessoas.
Criaram uma data para homenagear as Mães, afinal, elas
merecem. Na verdade, elas devem ser reverenciadas diariamente, se assim for
possível. Mãe é um ser especialíssimo na nossa vida, e só se tem uma, a Mãe
nossa de cada dia! A que gerou ou não, mas aquela que fez e faz das tripas ao
coração para o (s) filho (s) ser (em) Homem (ns) com H maiúsculo, no sentido
amplo da palavra.
Mãe! Exemplo de criatura, jeito de ser, uma herança, uma
sucessão de bens que devemos cultuar. Somos eternamente pequenos diante da sua
grandeza de pessoa, que no seu coração, na sua mente continuamos aquela criança
grande.
Na
simplicidade, as Mães moldam as “esculturas”, suas “obras”, dão mobilidades,
proporcionam “asas” às imaginações dos filhos, para o amanhã. Às Mães que estão
entre nós, nosso reconhecimento pelo que fizeram, fazem e, com certeza
continuarão fazendo em benefício do (s) filho (s), motivo pelo qual rogamos ao
Grande Arquiteto do Universo que é Deus, que as ilumine, dotando-as de saúde e
sabedoria no cumprimento do sacerdócio de ser Mãe, um dom
divino.
As
Mães que passaram para o oriente eterno, nossa eterna
gratidão.
Membro
da AMLMS