Nelson Vieira

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Nelson Vieira: UM PLANO MAQUIAVÉLICO QUE MALOGROU

UM PLANO MAQUIAVÉLICO QUE MALOGROU

Nelson Vieira
Claro que sabemos que diferenças existem, na verdade busca-se um consenso para resolver situações, sempre em qualquer lugar. Bem, o que seria se somente prevalecesse uma forma de mando, sem sofrer objeções a contrapor o colocado a todos, como único “remédio”. E isso tem nome de batismo: Despotismo.
O que se diz quando uma pessoa é demasiadamente mandona, cheia de querer, centralizadora (ególatra), age de maneira autoritária, com abuso do poder? É dito que o indivíduo é um déspota, ditador, que não dá ouvido a ninguém, faz-se de mouco por puro interesse.
A história tem registros de pessoas de perfil, cuja autoridade não teve limite algum. No presente, ainda subsisti o autoritarismo em pontos do planeta, por exemplo, cercear a liberdade, restringir ou suprimir atividades da mídia, realizar pressões junto aos poderes (independentes) constituídos, pressionando-os para que atuem ao gosto do mandante.
Para chegar a esse nível, os todos poderosos (politicamente falando) alcançam poderes, pelas urnas, isto é, pela vontade do povo ou mediante golpe brusco, violento ou branco, brando (“comendo pelas beiradas”), até atingir o âmago, a conquista, o resultado pretendido.
Na história recente do Brasil, ficou nítida a tentativa de mudanças na conjuntura nacional, de modo maneiro, hábil e paulatino, que veio a público. Diríamos a grosso dizer que, a intenção foi válida, enquanto durou. Houve todo um esquema para tentar a consecução dos objetivos.
Sem qualquer alarde as modificações, alterações e autorizações teriam a legalidade necessária para serem cumpridas, em face de submetidas aquém de direito para decisão, obteriam sinal verde, caminho livre para impor a vontade de governabilidade plena, em virtude da contribuição de parlamentares corruptos. O ganho (de tempo e lucros), fator fundamental na empreitada, na certeza das aprovações dos anteprojetos e medidas provisórias e etc., no exercício de cargos representativos outorgados pelo povo, na administração do país. Deu no que deu, porque a ganância foi maior. Aliás, onde circula o vil metal tudo pode acontecer. E, aconteceu.
Sobre isso, o ministro Celso de Melo, na ocasião de seu voto em uma das fases, no julgamento da Ação 470, em curso no STF, disse: “... Quem tem o poder e a força do Estado em suas mãos, não tem o direito de exercer, em seu próprio benefício, a autoridade que lhe é conferida pelas leis da República.
Sabemos todos que o cidadão tem o direito de exigir, que o Estado seja dirigido por administradores íntegros, por legisladores probos e por juízes incorruptíveis.
São gravíssimas as consequências que resultam do ato indigno e criminoso do parlamentar que comprovadamente vende o seu voto e que também comercializa a sua atuação legislativa em troca de dinheiro ou de outras indevidas vantagens. A corrupção deforma o sentido republicano de prática política, compromete a integridade dos valores que informam e dão significado a própria ideia da República, frustra a consolidação das instituições, compromete a execução de políticas públicas em áreas como a da saúde, da educação, segurança pública e do próprio desenvolvimento do país, além de afetar o próprio princípio democrático.
Esses vergonhosos atos de corrupção parlamentar lesivos à dignidade do exercício legislativo e à respeitabilidade do Congresso Nacional, alimentados por transações obscuras idealizadas e implementadas em altas esferas governamentais, devem ser condenados e punidos com o peso e o rigor das leis desta República, porque significam tentativa imoral e ilícita de manipular, criminosamente, o processo democrático...” (Barbosa Nunes-Jornal Diário da Manhã – Goiânia-GO, edição de 06-10-12).
Membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul.

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