ATÉ QUANDO VAMOS SUPORTAR?
Nelson Vieira*
Os
brasileiros começam a ver os escândalos no país, assim como algo corriqueiro.
Têm alguns que acham normal a existência da corrupção, “é parte integrante do
cotidiano”. Outros dizem que o Brasil mais parece “um queijo suíço, todo cheio
de furos”, quando comparado a países sérios. É a cultura da vantagem, da
ganância, em pleno estado de agressividade, como nunca visto. Bem, nunca vistos
porque encobertos, os tempos eram outros, hoje há mais condições dos atos
ilícitos virem á tona. Muito embora as pessoas fiquem pasmas diante dos fatos
divulgados pela mídia, enquanto vigente a liberdade de expressão. É que na
atualidade está difícil jogar a sujeira para debaixo do
tapete.
É
um escândalo atrás do outro, a ponto de motivar especulações com referência a
possível novo escândalo, numa sequência rápida entre a descoberta, os
envolvidos, o montante de dinheiro arrecadado e distribuído de acordo com as
posições dos beneficiários da operação com capa de legalidade, num determinado
espaço de tempo.
É
de se ficar pasmo mesmo diante dos acontecimentos, puxa, quanta maracutaia para
obter o “lucro diferencial”, aquela diferença entre o real a perceber em função
de trabalho (executado ou não) e a pretensão imaginária, a sobra para o rateio
em que todos os participantes do conluio, ganham, diriam sem muito dispêndio dos
mentores (corruptores), somente os “investimentos” necessários à arregimentação
dos colaboradores (corrompidos) para efetivação das operações fraudulentas.
Todos sabem que a corrupção existe porque há os
corruptores e os corrompidos, até ai nenhuma novidade. Mas, aproveitar do cargo
para se locupletar, tenha dó. A maioria desses infratores recebe de bons a
ótimos salários, portanto não há explicações plausíveis, a nosso ver que dê
sustentação para atitudes do gênero.
Êta
país rico! É dinheiro embutido nas cuecas, malas, nos paraísos fiscais, anões do
orçamento, mensalões, sanguessugas, mimos, agrados, superfaturamentos e etc.,
escorrendo pelos ralos, são muitos. Quadrilhas são desmanteladas, prisões
efetuadas, passados dias, fica a sensação de embromação. Destarte, “o Brasil só
na afunda porque é muito grande”.
De
repente, olha aí gente! Estourou mais um escândalo (será noticiado), e a
população encarará como mais um em que, nada mudará o já conhecido de todos,
tomando por base às ocorrências anteriores. E olhem! Temos vários órgãos de
controle e fiscalização atuando no país, nas esferas municipais, estaduais e
federais, e mesmo assim eclodem fraudes e mais fraudes de proporções
exorbitantes.
São
impressionantes, as ações dos “atores” vistos em cena, na interpretação dos seus
“papéis” (flagício), ora em diálogos ou ora em movimentos de condução da “mala
preta”, conforme marcação de “palco” e por vezes no repasse direto, e ainda
negar o delito. É querer subestimar a inteligência dos homens e a tecnologia
empregada, com anuência do judiciário.
Temos presenciado figurões reclamando das ações
impetradas pelas polícias, em especial as da Polícia Federal, fazendo criticas
desabonadoras. Não cremos que a Polícia Federal esteja agindo ao arrepio da Lei,
muito pelo contrário as operações acontecem por determinação da justiça. E não é
à toa, é devido ao apurado nas investigações. Agora, querer mordomia nisso e
naquilo durante as prisões e apreensões, por favor, chega de exageros. Pelo que
temos presenciado a polícia tem feito o que compete fazer e nada mais, de
conformidade com o que se apresenta e a acolhida nos locais das operações.
Aliás, quem não deve não teme.
Até
quando vamos suportar o “mexe e mexe na sacola da viúva”? Que exemplos danosos
para a geração de hoje, o futuro do Brasil, que a tudo assiste.
*Nelson Vieira de Souza –
Secr. Est. Ed. Cultura do
GOB-MS
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